domingo, 5 de julho de 2009

Esquissos do passado...


Antes... muito antes, de perceberes que existias, pensaste que todos eram iguais a ti, do mesmo género, do mesmo sexo, não havia diferenças, nem indiferenças, juntos formava-mos uma única impressão digital, qual código genético qual X&Y.
As moléculas que conhecía-mos, eram as quandidades enormes de Legos com que contruía-mos majistosos castelos de nada, e ao fim do dia quando chegava-mos ao fundo do beco, os nossos dedos desenterlaçavam-se, num até já que demorava uma eternidade...
Todos os dias o mundo inteiro para descobrir, "sei de um quintal onde há uma cerejeira carregada", num ápice pulámos cercas, saltámos muros como se não houvesse amanhã, nem mesmo a imponente muralha da China nos poderia deter...
Sentados e encostados no sopé daquela montanha a que chamavam árvore, acabámos por adormecer no conforto da sua sombra...
Acordá-mos com a brisa fria do fim da tarde, fomos caminhando por entre os campos de aveia que se estendiam num verde imenso que se erguia ao nível dos nossos olhos...

Quando saímos daquele mar verde, deparámo-nos com um velho casébre abandonado, onde trepadeiras milenares se alimentavam em formas esculpidas pelo martírio da solidão,
um cenário horrendo que me impediu de avançar, fiquei estático, tinha acabado de conhecer o medo em mim, senti o teu peito avolumar-se num impulso de coragem, quiseste entrar, correste tão rápido que fiquei sem reacçao, apenas vi o teu vestido branco ser engolido pela escuridão que estava para lá daquela porta... a mesma escuridao que eu temia, era cada vaz mais fim de tarde e o sol começava a fraquejar.
O silêncio de não te ter a meu lado, e o cantar agitado dos pássaros, fez-me avançar como se te fosse salvar, chamei não respondeste, ao passar o limiar da porta vi-te postrada... de medo, a flôr colorida que trazias na mão perdeu-se no chão do casébre por entre as folhas secas e estaladiças trazidas pelo vento.
Absorvi parte do vazio que te prenchia, naquele dia as emoções foram diferentes, naquele dia as emoções deixaram de ser adolescentes, pois tínha-mos encontrado a raíz do medo...

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