Espiral de emoções
Vi-te num olhar fugaz, a tua imagem no piscar de um néon num jogo de espectros multicolor,
não sei se eras tu..... se fosses dizias-me? Não sei, apenas sei que não me foi possível regredir no tempo, esclarecer todas as duvidas, parar aquela imagem e olhar-te fixamente, descrever círculos em volta de ti sem te tocar, afinal o teu olhar sempre foi fugidio.
Não, nunca me senti tão observador, olhos de predador que derrapinamente fixam pequenos pontos no xadrez do chão...
Não tive escolha, a minha dependência naquele momento fez com que fosse levado, tornei-me num esboço subtil das minhas convicções.... bem sei... e já me tens dito que assim não vou a lado nenhum... Mas deixa-me ser feliz apenas naquele momento,
deixa-me agora trespassar esta folha branca de palavras que o acaso vai escolhendo, ficar siderado de espanto...
Nada tem o sabor de te ter por perto, sentir o calor gélido que emanas em ondas de ternura, por vezes precipito-me na teia que foste tecendo em volta de mim, outras vezes fugo dela, a minha memória não se acumula em camadas com contornos perceptíveis, as minhas memórias travam batalhas épicas entre elas, vão-se auto-destruindo, desvanecendo-se no tempo....
Tira-me tudo, tira-me a derme, a epiderme, mas não me tires a sede de tristeza que me alimenta, eu ensino-te a inspirar tu ensinas-me a expirar pausadamente... juntos inventamos o respirar e assim ligados umbilicalmente existimos juntos perenemente no tempo....
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